Onde andemos por aí, mundo afora, temos a felicidade de nos depararmos com o tecido feito manualmente, que se apresenta como um dos registros vivos das sociedades e suas culturas. E deste modo não é diferente no Brasil, tanto nas grandes cidades como também no Brasil mais "profundo". Digo isto, pois na última semana estive em viagem a Salvador/BA, e dediquei um dia para sair no rastro dos tecidos. Poderia apresentar aqui a rica estamparia de origem africana é que ainda hoje permanece sendo reproduzida em alguns ateliês em Salvador, mas preferi desta vez dedicar meu tempo exclusivamente à trama tecida nos teares, de acordo com a pesquisa que eu já havia feito. Esta pesquisa me levou ao bairro Cabula na CASA DE ALAKÁ!
Um pouco de história: Pano da Costa - (Alaká) este é o tecido ornamental que é jogado atravessado no ombro do típico traje da Baiana. Sabemos que esta maneira de vestir é herança da cultura africana, uma das raízes da matriz formadora do povo brasileiro. Este tecido é originário da Costa do Marfim, e daí seu nome. Na África, este pano era usado como ornamento do vestir cotidiano e não estava relacionado à manifestação religiosa. No Brasil, inicialmente, no século XVIII, estes tecidos eram manufaturados pelos escravos em teares rústicos.Seu desenho resulta em linhas estéticas simples, com pequenos quadros, tipo madras ou com listras definidas pela criação e montagem do urdume no tear. Este pano é tecido na maioria das vezes com fios de algodão, mas também pode ser mais enriquecido, para isto, sendo utilizados na trama fios metálicos em cor de ouro ou prata. E podem ganhar ainda mais beleza quando o tecido finalizado recebe bordados.
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